Como agir frente aos conflitos armados, às políticas militares e de segurança e ao discurso de guerra?

, par  DRÉANO Bernard

"Uma guerra civil em pedaços", disse o Papa Francisco. Conflitos armados violentos e sangrentos na Síria e no Iraque, na Líbia e no Iêmen, no Sahel e na África Central, na Bacia do Donets ucraniana e no Afeganistão, os focos de tensão persistem, ou estouram regularmente como na Palestina, conflitos frios podem ter um estopim desde o Cáucaso até o Saara. O número de refugiados e deslocados pelos conflitos armados no mundo excedeu desde 2014 o que havia sido atingido no final da Segunda Guerra Mundial.

O medo se espalha frente aos desafios econômicos, à profunda crise social, à crise ecológica que está a caminho, à ameaça terrorista. Partidos, movimentos intelectuais, políticos, étnicos e religiosos respondem defendendo reações xenófobas e de ódio, desenvolvendo ideologias sectárias e racistas - que resultam, no caso de grupos terroristas, na escalado do terror. Os Estados adotam uma retórica de guerra contra os "inimigos", medidas de exceção, militarização das mentes. Os complexos militar e de segurança oferecem seus equipamentos de armas antigas e novas, e seus novos serviços de segurança e controle social.

Como entender esse mundo, como agir nesse mundo? Nós talvez (ainda?) não estejamos às vésperas de um conflito global entre grandes potências, como as guerras mundiais do século XX. Nós já não estamos no mundo bipolar da Guerra Fria entre os blocos "Norte" e lutas de libertação nacionais do "Sul". Estamos em um período de novas guerras de deslocamento na era da globalização, que acontecem dentro dos Estados ou das regiões, com diferentes níveis de intervenções externas, de caráter inperialista ou simplesmente regional.

Vivemos em um momento preocupante de unidades e de fragmentações no mundo. Ao mesmo tempo, a unificação do mundo globalizado e interconectado, e o deslocamento do mundo empobrecido por seus especuladores, corroído por suas desigualdades, dividido por muros, ameaçado pelo caos que se estende.

Como podem os movimentos sociais enfrentar as guerras? É necessário entender como se constroi diariamente o deslocamento que traz consigo a guerra. Opor-se às estratégias beligerantes assassinas e à militarização. Entender como se alastram as ideologias assassinas da guerra santa, nacionalistas, confessionais, neo-coloniais. E apoiar em todos os lados os fatores de paz, se opondo aos fatores da guerra.

O objetivo deste grupo de trabalho é a troca de análises e de informações sobre os mecanismos dos conflitos, as estratégias globais, regionais, locais, militares e políticas de controle e de segurança, os discursos de guerra, as ideologias exclusivas e os seus efeitos, o papel do complexo militar e de segurança e a corrida armamentista....

Essa abordagem visa a ampliar a integração das diferenças geo-culturais e geopolíticas e aprofundar a maneira de tratá-las e análisá-las de maneira crítica. Dossiês serão construídos a partir de artigos, entrevistas e trabalhos identificados. Por exemplo, o primeiro dossiê foi apresentado durante a conferência "Guerras, exercitos, climas" que ocorreu em Dezembro de 2015 no Climat Forum, durante a COP21.

O método de trabalho será definido de forma participativa, à medida que o grupo for se constituindo. Você pode entrar em contato com Bernard Dreano e Ben Cramer que temporariamente administrarão o grupo.

Bernard Dreano
Centro de estudos e de iniciativas de solidariedade international (CEDETIM/IPAM) e Assembleia Europeia dos Cidadãos (HCA-France)

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