Yamin Makri expõe neste artigo os benefícios simbólicos da acessão dos Irmãos Musulmanos à presidência egípcia e principalmente a esperança que representa esta victória para todos os movimentos de resistências populares. Lembrando os riscos da eleição de um presidente sem prerogativas claras, num país sem constituição, com uma assembleia legislativa dissolvida pelos Generais, o autor levanta três consequências internacionais desta victória dos islâmicos no Egipto. Primeiro, vai encher os movimentos de revoltas árabes de optimismo porque é a resistência popular que está na origem desta victória. Por outro lado, estes resultados eleitorais permitirão um renascimento da resistência palestina porque este movimento, tal como o povo egípcio, é antisionista. Por fim, a victória política dos Irmãos Musulmanos estará na origem de profundas mutações dos movimentos « islâmicos ». Deste modo, embora o movimento d’Hassan Al-Banna constituía inicialmente um movimento de educação popular e de reforma social, deverá conseguir hoje estabelecer alianças políticas – nacionais e internacionais – para responder aos imperativos sociais e económicos do governo.