A África está encurralada entre dois projetos neoliberais, entre duas forças: a União Européia que pressiona pela assinatura dos Acordos de Parceria Econômica (APEs) e a União Africana que lançou em junho passado negociações para criar uma grande área continental de livre comércio (CFTA). Os APEs levariam a uma queda acentuada nos direitos aduaneiros e no IVA, favoreceriam as empresas do agronegócio e retardariam o desenvolvimento agrícola e industrial. O projeto CFTA, inspirado no modelo de integração da UE, mas aplicado a um conjunto de países muito diferentes e fracamente organizados, poderia levar ao aumento das importações de outros continentes. Sem integração econômica sustentável entre os países da CFTA, corre-se o risco de marginalizar os agregados familiares, as empresas e as regiões mais pobres.