Nesta entrevista realizada em julho de 2005, M-1 do grupo Dead Prez apresenta a campanha "Hands off Assata", lançada após a recompensa de US$ 1 milhão do governo americano pela cabeça de Assata Shakur em 2 de maio de 2005.
Dead Prez é um dos grupos mais políticos da cena hip hop nacional. Para eles, sua música está na encruzilhada da NWA e P.E. Ao contrário da maioria dos artistas políticos, M-1 não fala apenas. Ele está envolvido em campanhas revolucionárias para melhorar a vida das comunidades negras em todo o país, com organizações nacionais como o Comitê de Prisioneiros de Consciência (Prisoners of Conscience Committee), do qual ele é "Ministro da Cultura". Nesta entrevista, ele nos apresenta o que tem a dizer sobre a lutadora pela liberdade, Assata Shakur.
Assata Shakur foi classificada como "terrorista doméstica" pelo FBI. Esta recompensa foi o resultado de mais de uma década de ofensivas de políticos conservadores, lobistas policiais e círculos anti-castristas cubanos. Em 1998, o Congresso aprovou uma resolução pedindo ao governo cubano que extraditasse 90 refugiados políticos, incluindo Assata Shakur. Depois da proposta de recompensa de 2005, a pressão para extraditá-la se intensificou, particularmente após a transferência de poder entre os irmãos Castro. Em 2013, a recompensa subiu para US$ 2 milhões e Assata Shakur se tornou assim a primeira mulher a aparecer na lista de "terroristas mais procurados" do FBI, 40 anos depois do tiroteio em Nova Jersey que resultou na morte de um policial e Zayd Shakur, e 30 anos depois de sua fuga da prisão.
A campanha "Hands off Assata", destinada a obter a rescisão da recompensa, proclamando "Assata aqui está em casa", denuncia o que se concebeu como um apelo aos "mercenários para sequestrar e matar" Assata, violando a soberania de Cuba, e destaca a necessidade de fazer de Assata Shakur o símbolo do passado e do futuro.