Uma lição da Primavera Árace

, par  KARMAN Tawakkol

Os governos que surgem após a queda dos regimes não representam a Primavera Árabe. Não se trata tão pouco da Juventude Árabe que iniciou a revolução, e adoptou e protegeu o seu grande projecto. A nossa primavera é representada por esta juventude cansada da corrupção e da tirania, e os estados dominados pelos indivíduos ou uma família. Esta é a juventude que sonha com um estado de cidadania egalitária ou um estado que garante uma vida de liberdade e com dignidade. Trata-se dessa juventude que tem a coragem, e suficiente poder de sacrifício, de modo a provocar a queda destes regimes e mudá-los. Assim, os sucessos das revoluções da Primavera Árabe não deveriam ser julgados pelo sucesso ou derrota dos governos que se seguiram à queda dos regimes. Deveriam ser julgados em função da capacidade da juventude árabe a manter a sua confiança neles e na sua capacidade a repetir e conservar a acção revolucionária, de modo a assegurar a realização dos objectivos da sua revolução, e de resistir a qualquer desvio e qualquer falha no cumprimento dos objectivos que estiveram na origem da revolução.

Podemos dizer que a primeira lição das revoluções da Primavera árabe é que os governos e os seus oficiais sao considerados como culpados e devem provar sozinhos a cada dia que passa a sua inocência, e que são potenciais tiranos, e seria uma loucura confiar nas suas boas intenções. Só se poderá confiar na suas intenções se ele se apoiarem sobre o controlo e a responsabilidade popular, o que corresponde à acção revolucionária durável nas ruas e nas praças. Deste modo, a dinâmica das ruas e das praças nos países da Primavera árabe representa a medida do sucesso das revoluções da primavera. Nao é deixando a atmosfera clarificada para os governos, não é pela capacidade dos governos a convencer a juventude, desiludir, suprimir, ou reduzir ao silêncio. Uma grande saudação é dirigida à nossa bela juventude na Tunísia, no Egipto, no Iémen, na Líbia e na Síria e grandes saudações a todas essas ruas e praças, bem como a todas as juventudes que não se deixam convencer.

Em resumo: não é necessário preocupar-se, nem ficar surpreendido. Isto é a Primavera Árabe. Isto é a noss Primavera extensa. Os regimes continuam controlados pelo Povo e os Governos são dirigidos pelas praças.

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