Gaza é a Europa aqui e agora

, par  Boaventura de Sousa Santos
Brahim Guedich, CC BY-SA 4.0 via Wikimedia Commons

Sem alma nem memória, a Europa é incapaz de ver a semelhança entre as imagens de morte e destruição durante a revolta desesperada dos judeus no gueto de Varsóvia, em 19 de abril de 1943, e as imagens que vemos hoje na Faixa de Gaza. E o destino que a Europa (e também os Estados Unidos, o Japão e os seus aliados) legitima para aqueles que são considerados sub-humanos é o mesmo: em Varsóvia, foi a deportação para campos de concentração e crematórios; em Gaza, é a Faixa de Gaza reduzida a um estado de ruínas, uma terra queimada, esvaziada dos seus palestinianos. Sem ter para onde ir, nem por terra nem por mar, o destino dos habitantes de Gaza é o mesmo: a morte. Em última análise, esta política brutal é legitimada por aquilo a que chamei a linha abissal, a linha que separa os seres humanos de pleno direito daqueles que são considerados sub-humanos desde o início da expansão colonial. Não é por acaso que ouvimos os funcionários israelitas falarem dos palestinianos como animais.

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