O islão é solúvel na República?
No debate público francês, a expressão « islão republicano » soa como um oxímoro, como uma provocação – ou no mínimo como um tîtulo de capítulo de programa presidencial, rúbrica « imigração et integração ». Os dois termos surgem contraditórios, ou pelo menos problemáticos, em função das opiniões de uns e outros. Neste texto, Jean-François Bayart explica esta oposição binária através de certas simplificações abusivas dos dois termos. Ao contrário dos preconceitos, o Islão é plural e não explica tudo sozinho. O investigador deve portanto abandonar o prisma deformando o Islão. Além disso, uma confusão permanece entre Repúblcia e democracia. A desconstrução deste segundo objecto é desde então exposta em todo o texto.
Jean-François Bayart consegue deste modo destacar a evidência seguinte: por que razão duvidar da compatibilidade entre islão e República quando centenas de milhões de musulmanos vivem, desde já, em República, em vez de monarquia ou teocracia? Em República, não significa forçosamente dizer em democracia, mas também não a exclui ncessariamente, como acontece na Turquia.